“Encontros” estreia na telona esta semana
Por Amanda Cunha
Um filme promissor chega ao Brasil ! “Como
tantos outros filmes de Hong Sang-soo, “Encontro” ocupa um lugar delicado entre
a magia e a poesia, entre a inconsequência e a epifania. Há uma linguagem
cinematográfica inquestionável e madura aqui: a da simplicidade e do charme”, escreve o
crítico inglês Peter Bradshaw, no jornal The Guardian, sobre o novo longa do
cineasta sul-coreano, que, depois de ganhar o prêmio de Melhor Roteiro, no
Festival de Berlim de 2021, estreia nos cinemas com distribuição da Pandora
Filmes.
Hong, que é conhecido pelos
seus filmes intimistas e de humor peculiar, aborda novamente, um tema que lhe é
caro: os relacionamentos humanos, em especial, os amorosos, com uma narrativa
dividida em partes. No primeiro, Young-ho (Shin Seok-ho), um jovem de 20 e
poucos anos, pede à sua namorada, Ju-won (Park Mi-so), que o espere num café,
enquanto ele faz uma rápida visita a seu pai, um médico (Kim Young-ho). Este,
por sua vez, está ocupado, atendendo a ator famoso (Ki Joo-bong).
Na segunda parte, Ju-won está morando em Berlim, onde estuda moda, e lá, conhece uma artista plástica (Kim Min-hee, musa e parceira de Hong), amiga da mãe da jovem que a hospedará enquanto ela procura um lugar para morar. A pintora, diz a mãe, não tem muitos amigos, será bom ela ter alguém para conversar. Tempos depois, a jovem é surpreendida por uma visita de seu namorado.
Na última parte, de volta à
Coreia, Young-ho encontra sua mãe (Yun-hee Cho) almoçando com o ator do
primeiro segmento. Entre uma dose e outra de soju, uma bebida tipicamente coreana
e sempre presente nos filmes do diretor, a conversa toma caminhos estranhos
abordando, entre outras coisas, a arte de atuar e as paixões humanas.
O premiado roteiro de
“Encontros” também é assinado por Hong, assim como a bela fotografia em
preto-e-branco. Para o diretor, sua principal preocupação, no seu método de
filmar, é que o elenco se mantenha fiel aos diálogos. Eles são livres para
interpretar como quiserem. O mínimo necessário de instruções, deixando-os fazer
o como quiserem.
David Ehrlich, em sua crítica
do filme na IndieWire, aponta que Hong “é um diretor que encontra prazer no
processo.” E o processo aqui resulta num longa que, ao mesmo tempo, é
próximo a todos o diretor, mas também único em sua especificidade dos dramas de
seus personagens. Jessica Kiang, na Variety, afirma que “por baixo da
superfície agradável e plácida, há uma recompensa rica.”
“Em “Encontros”, Hong eleva sua assinatura de minimalismo narrativo a um ponto de ruptura. Em cada novo filme, ele revela novos contornos emocionais, na medida em que o diretor afia sua estética – e esse filme não é exceção”, comenta Chuck Bowen, na revista Slant. “Encontros” será lançado no Brasil pela Pandora.
Fotos: Divulgação

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